Termina sem acordo a conversa sobre aposentadoria entre governo e centrais.

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Realizou-se nesta segunda-feira,
em Brasília, uma reunião entre ministros do governo Dilma Rousseff e
representantes de centrais sindicais. Na pauta, o debate sobre alternativas ao
fator previdenciário, como é chamado o redutor que a Previdência aplica ao calcular
o valor de novas aposentadorias. Os sindicalistas esperavam ouvir propostas do
governo. Mas nenhuma proposta lhes foi apresentada. A conversa terminou sem acordo.



Tudo
isso ocorre a poucas horas da decisão que Dilma terá de tomar sobre a mudança
no cálculo das aposentadorias aprovada recentemente no Congresso. Criou-se uma
regra batizada de 85/95. Consiste no seguinte: sempre que a soma da idade com o
tempo de contribuição der 85 anos para as mulheres e 95 anos para os homens, a
aposentadoria teria de ser integral, sem a incidência do redutor.
 

Dilma
cogita vetar essa regra, sob o argumento de que ela levaria a Previdência à
breca no longo prazo. As centrais sindicais defendem a sanção. Mas não estão
avessas a discutir alternativas. A ausência de propostas frustrou os
sindicalistas. Agora, eles estabelecem como pré-condição para a continuidade
das negociações a sanção da regra 85/95.

“O
governo não apresentou nenhuma proposta”, lamentou Vagner Freitas, presidente
da CUT, braço sindical do PT. “Os ministros disseram apenas que a presidenta
Dilma está ponderando sobre a decisão que vai tomar e que queria ouvir os
sindicalistas”.

O
ministro Carlos Gabas (Previdência) sustentou que, aplicando-se a fórmula
avalizada pelo Congresso Nacional, as arcas previdenciárias estariam falidas em
2060. Ainda assim, representantes de seis centrais sindicais assinaram um
documento pedindo que Dilma sancione a novidade, sem prejuízo da continuidade
das negociações.

“Se
tem uma coisa melhor para os trabalhadores, não precisa vetar”, disse o
presidente da CUT. “Mantém o 85/95 e depois discute uma proposta melhor.” Autor
da emenda que colocou em pé a regra que flexibiliza o fator previdenciário, o
deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) diz que o Congresso derrubará o veto da
presidente caso ele se confirme.

 

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