Michel
Temer quer “relançar” seu governo. Mas ora não tem força ou fundos para
chutar essa bola murcha. Vai então lançar propaganda nova. Nesta
semana, anuncia o Projeto Avançar, que é uma espécie de PAC com
maquiagem de defunto.
Temer quer “relançar” seu governo. Mas ora não tem força ou fundos para
chutar essa bola murcha. Vai então lançar propaganda nova. Nesta
semana, anuncia o Projeto Avançar, que é uma espécie de PAC com
maquiagem de defunto.
O
PAC, como se recorda, era o Programa de Aceleração do Crescimento dos
anos petistas, o filho de Dilma Rousseff, segundo Lula, filho que morreu
dos maus tratos da mãe. O “Avançar” é o PAC de Temer, promessa de R$ 42
bilhões em investimentos “em obras” até o final de 2018. Hum.
PAC, como se recorda, era o Programa de Aceleração do Crescimento dos
anos petistas, o filho de Dilma Rousseff, segundo Lula, filho que morreu
dos maus tratos da mãe. O “Avançar” é o PAC de Temer, promessa de R$ 42
bilhões em investimentos “em obras” até o final de 2018. Hum.
Neste
ano, até setembro, o investimento federal foi de R$ 25,5 bilhões, 36%
menor que em 2016 e 46% abaixo do gasto em 2015. Neste ano todo, difícil
que passe de R$ 38 bilhões, uma miséria. Se o “Avançar” não for mera
conversa fiada, teria o dinheiro equivalente à miséria deste ano mais
uns 10%, que é gorjeta. Assim não se vai a lugar nenhum.
ano, até setembro, o investimento federal foi de R$ 25,5 bilhões, 36%
menor que em 2016 e 46% abaixo do gasto em 2015. Neste ano todo, difícil
que passe de R$ 38 bilhões, uma miséria. Se o “Avançar” não for mera
conversa fiada, teria o dinheiro equivalente à miséria deste ano mais
uns 10%, que é gorjeta. Assim não se vai a lugar nenhum.
Mas
nem isso pode ser possível. O governo mandou ao Congresso o resto do
pacote de agosto, um plano de remendo das contas públicas, coisa de uns
R$ 15 bilhões. Os parlamentares da coalizão temeriana refugam, pois
teriam de adiar o reajuste e aumentar a contribuição previdenciária do
funcionalismo federal, além de aumentar imposto para aplicação
financeira de ricos.
nem isso pode ser possível. O governo mandou ao Congresso o resto do
pacote de agosto, um plano de remendo das contas públicas, coisa de uns
R$ 15 bilhões. Os parlamentares da coalizão temeriana refugam, pois
teriam de adiar o reajuste e aumentar a contribuição previdenciária do
funcionalismo federal, além de aumentar imposto para aplicação
financeira de ricos.
Em
suma, o governo faz malabarismos até para evitar estouros ainda mais
estrambóticos do Orçamento. Sabe-se lá como vai “Avançar”.
suma, o governo faz malabarismos até para evitar estouros ainda mais
estrambóticos do Orçamento. Sabe-se lá como vai “Avançar”.
Temer
diz não ter votos para aprovar nem uma versão aguada da reforma da
Previdência. Sem mágicas e milagres no Congresso e na recuperação
econômica, seu governo vai avançar para o vazio do fim. Na política,
cada um vai cuidar ainda mais da sua vida.
diz não ter votos para aprovar nem uma versão aguada da reforma da
Previdência. Sem mágicas e milagres no Congresso e na recuperação
econômica, seu governo vai avançar para o vazio do fim. Na política,
cada um vai cuidar ainda mais da sua vida.
Rodrigo
Maia (DEM), presidente da Câmara, lança sobre Temer a responsabilidade
pelos estertores da reforma da Previdência, mas tem lá seu programa,
reformas para agradar os guardiães deste bloco no poder (finança,
ruralistas, bancada da bala etc.).
Maia (DEM), presidente da Câmara, lança sobre Temer a responsabilidade
pelos estertores da reforma da Previdência, mas tem lá seu programa,
reformas para agradar os guardiães deste bloco no poder (finança,
ruralistas, bancada da bala etc.).
Deve
apoiar a nova lei de recuperação judicial e a reforma do setor
elétrico, assunto chato e incompreensível, mas de enorme importância.
Vai tocar a mudança no licenciamento ambiental e das normas de distratos
(de compra de imóveis), leis relativas à segurança pública e a criação
do Conselho de Gestão Fiscal.
apoiar a nova lei de recuperação judicial e a reforma do setor
elétrico, assunto chato e incompreensível, mas de enorme importância.
Vai tocar a mudança no licenciamento ambiental e das normas de distratos
(de compra de imóveis), leis relativas à segurança pública e a criação
do Conselho de Gestão Fiscal.
Se
Temer quiser aparecer na foto em 2018, talvez seja obrigado a
rearranjar o ministério, segundo exigência descarada do Centrão e
sugestão velada de Rodrigo Maia. Ou seja, teria de entregar cargos do
PSDB à arraia ainda mais miúda.
Temer quiser aparecer na foto em 2018, talvez seja obrigado a
rearranjar o ministério, segundo exigência descarada do Centrão e
sugestão velada de Rodrigo Maia. Ou seja, teria de entregar cargos do
PSDB à arraia ainda mais miúda.
Temer
piscou depois que donos do dinheiro e seus economistas reagiram a seu
derrotismo. Henrique Meirelles e companhia reagiram ao derrotismo
temeriano. Desandaram a dizer que a reforma da Previdência não agoniza e
que, sem ela, virão aumentos de impostos e cortes agressivos de gastos,
uma tentativa desesperada de evitar o pior. Isto é, sem reforma, com
buracões nas contas públicas e candidatos desatinados a presidente, a
recuperação econômica deve azedar um tanto.
piscou depois que donos do dinheiro e seus economistas reagiram a seu
derrotismo. Henrique Meirelles e companhia reagiram ao derrotismo
temeriano. Desandaram a dizer que a reforma da Previdência não agoniza e
que, sem ela, virão aumentos de impostos e cortes agressivos de gastos,
uma tentativa desesperada de evitar o pior. Isto é, sem reforma, com
buracões nas contas públicas e candidatos desatinados a presidente, a
recuperação econômica deve azedar um tanto.
Conversa
sobre “ampla reforma ministerial” é um dos sinais de furdunço, de
governo atolado ou fraco. Outro sintoma é a proliferação de candidaturas
a presidente. Se o governo tivesse direção e força políticas, não
haveria essa chacrinha desatinada sobre presidenciáveis assustadores.
sobre “ampla reforma ministerial” é um dos sinais de furdunço, de
governo atolado ou fraco. Outro sintoma é a proliferação de candidaturas
a presidente. Se o governo tivesse direção e força políticas, não
haveria essa chacrinha desatinada sobre presidenciáveis assustadores.
Vinicius Torres Freire – Folha de S.Paulo.