Por que a candidatura de Bolsonaro não é piada.

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Existe confiança excessiva no
lema “não é possível que um Bolsonaro chegue ao poder no Brasil”. Isso
foi dito sobre Trump nos Estados Unidos.

Do El País – Juan Arias.
Da
maneira como vão as coisas, muito deveria mudar na dinâmica das
eleições presidenciais para que o ex-paraquedista e ultraconservador Jair Bolsonaro não consiga chegar ao segundo turno. De acordo com quem for seu adversário, e se Lula não puder concorrer, podem acontecer surpresas.
Hoje a esquerda sozinha não tem força para freá-lo, e a direita do
Governo está desacreditada ante a sociedade, enquanto as candidaturas de
fora da política vão perdendo força.
Mais do que puro folclore, a candidatura de Bolsonaro aparece como catalisadora de frustrações de uma certa sociedade com
medo da violência. Existe confiança excessiva no lema “não é possível
que um Bolsonaro chegue ao poder no Brasil”. Isso foi dito sobre Trump nos Estados Unidos e
antes com Berlusconi na Itália, que chegou ao poder na esteira da
operação Mani Pulite contra a corrupção. E na França, caso não surgisse a
novidade Macron, é possível que os seguidores ultradireitistas de Le Pen estivessem hoje governando no coração da Europa.

A
candidatura de Bolsonaro, sem alguém capaz de capitalizar de forma
positiva as esperanças de um país desacreditado para unificá-lo e
entusiasmá-lo com o futuro, pode ser menos inócua do que se pensa. Foi
chamada de 

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