de Michel Temer no Congresso Nacional e ministros do Supremo Tribunal
Federal afirmam que o governo atingiu um nível extremo de
enfraquecimento político, não descartando, em caso de piora na situação,
o risco de a gestão não conseguir se sustentar nos sete meses que lhe
restam.
vinha batendo na tecla de que em sua administração a inflação foi
reduzida e o país saiu da recessão, embora em ritmo mais lento do que o
esperado.
em uma demonstração do enfraquecimento político que vive, mas mesmo
assim não conseguiu até esta segunda-feira (28), oitavo dia da crise,
encerrar a paralisação.
é o caminhoneiro, é o brasileiro que não admite a Presidência do Temer.
O PT insistiu na Dilma. Deu no deu”, afirmou em nota o líder da bancada
do aliado DEM, o senador Ronaldo Caiado (GO).
greve dos caminhoneiros detonou a popularidade do Temer e do governo, a
população está revoltada. O governo tinha ainda certa credibilidade na
equipe econômica. Era um alicerce importante”, afirma o deputado Rogério
Rosso (DF), do também aliado PSD.
dos principais correligionários de Temer na Câmara, o deputado Beto
Mansur (MDB-SP) afirma que todo o espectro político perde, não só Temer.
“Tivemos um problema na questão da inteligência do governo, de não
saber o tamanho da ‘trolha’, essa é minha opinião, mas tem que procurar
resolver. Esse é um processo perde-perde, ninguém ganha.”
No caso de o desabastecimento se agravar, há, na visão desses
magistrados, o risco de uma revolta de maior proporção, com ameaça ao já
cambaleante mandato de Temer.
de acordo com integrantes da corte, o emedebista e o seu entorno estão
longe de representar uma voz com força para dialogar com diferentes
grupos sociais.
afirmam que em um momento como esse era preciso que Temer procurasse
institucionalmente os governadores e chefes de outros poderes. Mas a
interlocução do Palácio do Planalto com o STF tem sido feita pelo
ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que já conversou com quase
todos os 11 magistrados, pessoalmente e por telefone.
quinta-feira (24), ele se reuniu por cerca de uma hora com Gilmar
Mendes, em Brasília. Nesta segunda (28), o encontro foi com Alexandre de
Moraes.
o fim de semana, quando tentava se desvencilhar da crise, Temer chamou
apenas o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para
conversar. Não procurou Maia.
os deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Pauderney Avelino (DEM-AM)
costuraram uma conversa entre Temer e Maia, que foi ao Palácio do
Planalto no início da tarde.
Ranier Bragon , Letícia Casado e Daniel Carvalho – Folha de S.Paulo.