Festa bolsonarista tem oração, tropa de choque e hostilidade à imprensa.

0 88
Com rojões, gritos de “chora, PT”, “vai pra Cuba que o pariu” e “ô, ô, ô,
Bolsonaro é amor”, selfies com polegar e indicador estirados para
simular arma e hostilidade à imprensa, eleitores se reuniram em frente a
um sapo inflável gigante na avenida Paulista, neste domingo (28). O
candidato do coração deles, Jair Bolsonaro (PSL), foi eleito presidente
do Brasil.
O anfíbio, parte de uma campanha da Fiesp contra “engolir sapo”
(impostos), foi o ponto de partida para uma caminhada de poucos metros e
muitos percalços até o Masp -numa festa que contou com uma paródia do
funk “Baile de Favela” (“as minas de direita são a top mais bela/
enquanto as minas de esquerda têm mais pelo que cadela”).
A dez
minutos do fim da eleição, simpatizantes do capitão reformado e de
Fernando Haddad (PT) se envolveram numa briga que, com socos e pontapés
de sobra, invadiu uma pista da avenida.
http://files.appsgeyser.com/Blog%20do%20Pereira_7643885.apk


Tudo começou quando dois
grupos antagônicos começaram a discutir, ainda na esportiva, sobre qual
candidato sairia vencedor neste domingo.

O que no início era uma
implicância com clima de brincadeira degringolou para uma pancadaria
assim que um homem (que não estava em nenhuma das turmas) avançou aos
gritos contra o técnico de informática Raphael Mello, 36, vestido com
uma camisa amarela em apoio a Bolsonaro.
O
agressor acusou Raphael de estar “provocando” e tentou lhe dar um
murro. “Achou que eu era qualquer bosta e veio agredir”, contou enquanto
um amigo, ao saber que ele falava com uma repórter da Folha de S.Paulo,
disse “a teta tá acabando”.
“A gente não quer brigar, só quer
comemorar porque acha que Bolsonaro é o melhor para o Brasil”, disse
Raphael após a confusão se dissipar com a chegada de uma viatura
policial. Os PMs foram aplaudidos por bolsonaristas e petistas.
Mais
tarde, o batalhão de choque avançaria contra adolescentes reunidos no
vão do Masp, um rolezinho. Bolsonaristas disseram que alguns deles
estavam os roubando.
Comrciais_gif“Deixa os ratos correrem”, disse um militante
no caminhão de som onde o deputado estadual eleito pelo PSL Douglas
Garcia, 24, discursou contra a “esquerda nojenta que por muito tempo
tomou conta do país”.
Douglas é cofundador do movimento Direita São Paulo e do bloco carnavalesco Porão do Dops.
Marcello
Reis, do Revoltados Online, foi outro com a palavra. A quem acusa de
fascismo simpatizantes de Bolsonaro, disse: “Fascista é o cu da sua
mãe”. Um Pai Nosso foi puxado minutos depois.
Loja_Cyte_ManiaO apresentador
Otavio Mesquita também teve sua vez no microfone. Contou que foi um
apoiador de primeira hora do capitão reformado, ao contrário de muito
“artista petista”. “Vamos provar que somos educados. Se vocês
encontrarem algum petista, não os maltratem, eles também são seres
humanos”, afirmou.
A imprensa que acompanhava a celebração foi
hostilizada pelos primeiros bolsonaristas a chegar. Sob fogo constante
do presidente eleito, a Folha de S.Paulo foi o veículo mais atacado por
eles, que chegaram a tentar expulsar esta repórter e uma outra, por a
associarem erradamente com o jornal. “Vai escrever matéria na
Venezuela”, “Folha lixo” e “vai pra Cuba que o pariu” estavam entre os
gritos de guerras direcionados à jornalista.
http://files.appsgeyser.com/Blog%20do%20Pereira_7643885.apk


Um único eleitor do capitão reformado, dos então dezenas reunidos na
esquina, defendeu o jornal, após se identificar como liberal. “Sou
Bolsonaro, mas liberdade de imprensa acima de tudo.”

A Rede Globo
também não era bem vista (“chupa, Globo!”), enquanto a Record tinha
predileção confessa. A emissora pertence ao bispo Edir Macedo, que
endossou Bolsonaro.
Não são todos que dão cheque em branco para o futuro presidente do Brasil.
O diretor comercial André Ribeiro, 48, conta que só votou 17 porque PT, definitivamente, não lhe cai bem.
“Não
sou apaixonado por Bolsonaro. Se ele for mal, virei protestar. Quem tem
bandido de estimação é petista”, diz aos goles de um “viño de la tierra
de Castilla”, tinto espanhol -exceção vermelha que aprecia.
A
taça de vidro trazida de casa ele guarda na garupa acoplada à sua
bicicleta, onde descansa a golden retriever Claire, com um lacinho rosa e
a bandeira brasileira amarrada no corpo.
A auxiliar
administrativa Ariane Domingues, 24, foi direto da missa para a
Paulista, ela e mais quatro amigas (que preferem não dar o nome).
Acham que “o Brasil tá muito cheio de mimimi” e que “todo esse vitimismo” não leva a lugar algum.

Perto dali, uma ambulante vendia por R$ 25 uma camisa rosa em que uma
clássica imagem feminista (uma mulher fazendo muque) ganhou
repaginação. No braço dela, os dizeres “ele sim”.

https://chat.whatsapp.com/1PnF1ASQmWXG5vOsRpaVju
Com informações da
Folhapress.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

//codigo BETANO ESPORTES