que permearam o mundo de algumas das Câmaras Legislativas e a eleição de
suas mesas diretoras na região, o Debate das Dez da Rádio Pajeú FM 104,9,
tratou sobre o verdadeiro papel do vereador e consequência do voto
displicente de alguns eleitores e o papel desses, para se conseguir
alcançar a moralização na política.
O vereador de Afogados da Ingazeira,
Augusto Martins, a presidenta da Câmara de Vereadores de Ingazeira,
Deorlanda Carvalho e o professor e historiador Adelmo Santos,
discorreram sobre o tema e trouxeram as suas impressões a luz do trato
da coisa pública com ética e seriedade.
Augusto lembrou de outros momentos
históricos já vividos no Brasil e a disseminação de notícias envolvendo
corrupção, principalmente depois da instalação da Operação Lava Jato,
que trouxe a tona diversos escândalos de corrupção que resultaram em
prisões e perdas de mandatos. “Muitas vezes, esses exemplos ainda não
são o suficiente para evitar novos episódios”, lembrou.
candidatam, sem saber, se quer o que faz um vereador/vereadora, e disse
ver o voto municipal divido em duas partes.
“O voto municipal tem dois significados.
É a mesma pessoa que vota no prefeito e no vereador, mas são votos
totalmente distintos. Quando a gente vota no prefeito, ou prefeita, a
gente está dizendo – olha estou depositando a minha confiança que você
vai zelar pelo dinheiro público. Já o voto do vereador a pessoa deveria
dizer – estou votando e estou te entregando a responsabilidade de me
representar, você será a minha voz na Câmara de Vereadores, você vai ser
aquele que vai fiscalizar, representar a população”, explicou Augusto.
Augusto ainda disse que ao longo da
história e nos dias de hoje, o papel do vereador é confundido e que está
muito longe de ser alcançado. “Isso gera essas distorções que estamos
acompanhando, se a pessoa não sabe o que é ser um vereador, o que vai
fazer quando chegar lá”, questionou Augusto.
Deorlanda Carvalho, que se orgulha de
ter sido eleita sem compra de voto, assim como também conseguiu assumir a
cadeira de presidenta da Casa sem o esquema de toma lá dá cá,
que foi escancarado em algumas eleições de mesas diretoras na região nas
últimas semanas. Disse não ser fácil se eleger dessa forma, mas que pra
ela só servia se fosse assim.
Câmara de Ingazeira, foi com o pensamento de realmente ser uma
representante do povo. Mesmo sendo da situação, em momento nenhum quis
ser somente uma vereadora que balançava a cabeça afirmativa pra tudo que
vinha do executivo. Cheguei a devolver projetos, o que me rendeu
críticas, por ser da base do governo”, disse Deorlanda.
pensado em ser presidenta da Casa, e que foi procurada primeiramente
pela oposição e que segundo ela, a sua participação como presidente de
algumas comissões do Legislativo teria despertado o interesse de seus
pares. E afirmou que nenhum vereador lhe procurou oferecendo apoio em
troca de vantagens.
questionamento do ouvinte Jose Hernani: “no legislativo de Afogados eu
já vi vereador se eleger e morar no Recife, outros passam quatro anos e
não apresentam um projeto e ainda assim acumulam reeleições. Vereador
que não participa de fiscalização, jovens vereadores que declaram na
rádio, separar parte do salário pra atender pedidos de eleitores o que
demonstra uma continuação da velha política e falta de conscientização
de ambas as partes, vereadores que vivem colados no poder executivo pra
não perder cargos e benesses, vereador votando em projeto ruim e ainda
pedindo pra não ser julgado por isso. Precisamos colocar o legislativo
em seu devido papel. Daí gostaria de saber como fazer para mudar essa
realidade, e a triste consequência de um voto dessa natureza,
considerando é claro, a falta de oportunidade da nossa região que acaba
favorecendo essa politicagem”, disse.
Adelmo Santos disse que a saída está na educação, na informação e na
participação maior da população na “boa política”. Para Adelmo o
problema não está nos vereadores e sim na população.
educar mais, estudar mais, ler mais, procurar participar mais da
política sadia, da política verdadeira, nós acreditamos que vai ter sim
mudanças radicais. Mas enquanto a população continuar dessa forma,
totalmente indiferente com relação ao papel do vereador, indiferente com
relação a sua participação na política verdadeira, como deve se deve
ser, vai continuar da mesma forma, o sistema não muda, ou seja, elegendo
vereadores de qualquer jeito”, afirmou Adelmo.
vereadores, está na sociedade, que precisam se conscientizarem, serem
mais éticos, mais cuidadosos com a coisa pública”, pontuou.