admiro os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali
estabeleceste, pergunto: Que é o homem para que com ele te importes? E o filho
de Adão para que venhas visitá-lo” (Salmos 8:3-4)
perguntou alguma vez: “Por que é que tudo dá errado comigo? Por que tantas
pessoas parecem realizadas e alegres e eu mal consigo sorrir? Por que tenho que
passar por essas aflições sendo que o mundo está repleto de gente ruim que não
sofre metade do que enfrento todo santo dia?”.
Numa noite de verão, surrado pela vida, Davi sai de sua caverna no deserto onde
se escondera dos inimigos, entre eles um de seus próprios filhos, e ao levantar
a cabeça; talvez pela primeira vez naquele dia, fica extasiado com a beleza do
céu salpicado de astros e estrelas; as Escrituras nos dizem que os maiores
teólogos são aqueles que quando olham pro céu veem Deus.
Jó é um dos maiores exemplos bíblicos de que coisas ruins
acontecem às pessoas boas sim. Mas, em nossa razão interior há um código de
justiça que grita: “olho por olho, dente por dente” e, numa correspondência
lógica linear nos faz acreditar que “ao justo, justiça e prosperidade; e ao
ímpio punição e prejuízo”. Os conhecidos e terríveis sofrimentos de Jó, um
homem bom e temente a Deus, só encontraram resposta e solução a partir do
capítulo 38, depois do que Deus fala com ele. O que mais me impressiona é a
abordagem e o raciocínio divino para ajudar Jó. Penso que poucos psicólogos e
terapeutas da alma usariam tal procedimento. Deus chama pra uma conversa dura
um homem bom, sincero, religioso, verdadeiro; que havia perdido os filhos, as
propriedades, a reputação e estava repleto de cânceres por todo o corpo (é
interessante a definição de câncer: proliferação incontrolada de células
malignas), e dá-lhe uma bronca do 38 ao 41, basicamente dizendo: “Quem é você
Jó para questionar o que Eu permito ou não permito que lhe aconteça?
Onde você
estava quando Eu lancei os alicerces da terra? Você já deu ordens à alvorada ou
pegou no anzol um Leviatã (extinto monstro marinho)?”, depois você lê essa
passagem toda, é muito edificante.
Deus estava muito consciente de duas coisas: Ele sabia que
era Deus, o SENHOR; e confiava no amor de Jó por Ele, sabia que, por isso, Jó
poderia agüentar os trancos da vida. Só aquele que ama de verdade, confia; só
aquele que depositou toda a sua fé em Deus tem certeza no seu íntimo que, ainda
que tudo lhe seja tirado, se lhe restar Deus, terá tudo. É por isso que no
Salmo 23 se diz que Jesus atravessará conosco o “vale da sombra da morte”,
nosso último e mais desesperador desafio, e sairá conosco para em tempo e um
lugar sem fim de paz e plena satisfação, o Shalom de Deus. Quando Jó percebeu
que diante das perdas, catástrofes e injustiças da vida, o filho de Deus deve,
humildemente, resignar-se diante da soberania amorosa do Pai, bradou: “Sei que
podes fazer todas as coisas (inclusive permitir as ruins por algum propósito);
nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Meus ouvidos já tinham ouvido a teu
respeito, mas agora os meus olhos de viram…”
Procure não apenas ter conhecimento de Deus, mas ver e
conversar com Jesus pessoalmente; isso fará todo o tipo de sofrimento ser
aceito numa dimensão infinita de amor e confiança na boa mão de Deus que jamais
te abandonará à dor sem propósito, mas usará cada circunstância da tua vida pra
se revelar a você como o Pai amoroso e poderoso que é.
Deus nos conhece intimamente, todos os nossos sentimentos, até as partículas
subatômicas que formam o nosso ser, mas nós temos apenas uma pálida impressão
de quem Ele seja, e Ele quer se dar a conhecer a nós de um modo absoluto, do
jeito que viveremos com Ele pra sempre na Nova Jerusalém.
Tenha um excelente dia!
Por: Oswaldo Paião.