Pajeú – Crise desestimula reeleição, diz site.

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Triunfo, Brejinho e Ingazeira na lista de gestores, que apesar de terem direito, não vão à reeleição.
Tânia Maria, de Brejinho, desistiu e vai apoiar um correligionário.

A pouco mais de nove meses das eleições
municipais, alguns prefeitos pernambucanos que poderiam disputar a
reeleição passarão longe do crivo dos eleitores nas urnas.

Papelaria_Santa_AnaEntre os gestores entrevistados pela
reportagem da Folha de Pernambuco, os motivos estão centrados em dois
pontos principais: a frustração diante das dificuldades administrativas
presentes nos pequenos municípios e os alinhamentos partidários que os
fazem abrir espaço para que os seus antecessores retornem ao poder.

Em Triunfo, o prefeito João Batista (PL)
lamenta a dificuldade financeira e aponta ela como uma das razões da
desistência. “O gestor tem hoje muita dificuldade, principalmente na
questão do custeio da Previdência, que está inviabilizando a questão
municipal. Todo mês, a prefeitura tem um déficit de R$ 350 mil, o
município está praticamente inviabilizado”, argumenta.

De acordo com Batista, mesmo com os
convênios com outras esferas do poder público, Triunfo está “quase sem
possibilidade de investimento”. “Ser gestor público hoje é complicado,
extremamente difícil. Amo minha cidade, mas virei um pagador de
salário”, diz o prefeito, que acrescenta uma questão profissional como
outro fator para desistir da reeleição. “Sou advogado e ficar oito anos
fora do mercado é algo muito complicado”.


Para a professora de Ciência Política da
Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO), Priscila Lapa, a
tendência é que outros nomes decidam não disputar o segundo mandato
consecutivo.


“Se o Governo Federal sinalizar novos
investimentos em vez de retração, isso pode mudar. Caso não mude, é de
se esperar que mais gestores ‘joguem a toalha’. É preciso ter uma
capacidade de gestão muito grande para ter coragem de prometer algo em
uma disputa com essa realidade”, 

afirma.

Nas últimas eleições, em 2016, de acordo
com dados de levantamento realizado pela Confederação Nacional dos
Municípios (CNM) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 14 prefeitos
aptos para a disputa da reeleição em municípios pernambucanos escolheram
não disputar.


Em 2019, a prefeita de Brejinho, Tânia
Maria (PSB), desistiu de tentar a reeleição neste ano para apoiar o
ex-prefeito José Wanderley, também socialista. “Tem outra pessoa, que é
do mesmo grupo e eu vou apoiar”, 

resumiu.

https://www.instagram.com/kerlaniosilva/Em Ingazeira, o cenário também se resume
ao PSB. O prefeito socialista Lino Olegário de Morais cogita abrir mão
da reeleição, também em nome do ex-prefeito Luciano Torres. “A
administração está equilibrada, o que vai definir a escolha do nome é o
tempo ideal de lançar a candidatura. Temos um bom relacionamento, o
ex-prefeito e eu, estamos aguardando”.

Fora da disputa, João Batista também
apoiará seu antecessor, Luciano Bonfim (Avante). “Em Triunfo sou aliado
do ex-prefeito, vou apoiar ele. Temos maioria na Câmara, acredito que
temos boa chance de vencer”,

 afirmou.


Para Priscila Lapa, o cenário
apresentado é pouco usual. “É normal o prefeito antecessor querer o
espaço, não é normal o atual ceder esse espaço. Afinal de contas, ocupar
um espaço político, um cargo de gestão, é uma forma de se capitalizar
politicamente. Geralmente, essas mudanças são realizadas sob disputa,
não é normal que seja feito de forma consensual”, afirma a cientista
política, frisando que podem ter ocorrido acordos que não são revelados
pelos políticos em questão.  


As informações são da Folha PE.

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