live ao lado de Luciano Hang, dono da Havan, presidente não cita crise
do PSL e promete terminar 2022 com menos de 10 milhões de desempregados.
live nas redes sociais nesta quinta-feira 17, ao lado de Luciano Hang,
empresário dono da rede varejista Havan, Jair Bolsonaro voltou a
provocar o presidente francês Emmanuel Macron, com quem se indispôs
publicamente nos últimos meses por divergências sobre a preservação da
Amazônia. Após Hang criticar que recaísse sobre o presidente brasileiro a
responsabilidade por queimadas na floresta, Bolsonaro ironizou:
“cuidado que vão falar que eu que botei fogo em Notre-Dame“.
O
assunto veio à tona depois de Bolsonaro relembrar sua participação na
Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro, e dizer que foi
criticado por “alguns países que queriam que o Brasil continuasse com
sua política de demarcação de terras indígenas”. Segundo o presidente,
líderes internacionais propunham demarcar 20% do território nacional
como reserva indígena, o que, nas palavras dele, iria “acabar com o
Brasil”. Bolsonaro, então, se disse vítima de uma campanha de difamação
na área ecológica.
Concordando
com o presidente, Luciano Hang narrou um caso: “um americano amigo meu
ligou contando sobre um incêndio ambiental [na Califórnia]. E eu disse a
ele: ‘chama o Macron, ele que vá lá apagar’”. Na sequência, o
empresário fez um paralelo entre as queimadas. “Não disseram que o
Bolsonaro tinha botado fogo na Amazônia? Agora é o Trump que está
botando fogo ali?”, questionou.
Bolsonaro
respondeu de forma irônica, citando o incêndio que danificou a
histórica catedral francesa: “cuidado que vão falar que eu que botei
fogo em Notre-Dame”. Classificando a situação como “um absurdo”, Hang
completou: “e Notre-Dame tinha o rio ali do lado, era só apagar”.
“Acidentes, catástrofes e problemas qualquer país tem, mas a maneira
como o chefe de Estado tratou o Brasil… inclusive, duvidando da nossa
soberania, serviu para alguma coisa: despertar o sentimento patriótico
do povo brasileiro”, concluiu Jair Bolsonaro, fazendo novamente
referência a Macron.
Ao
longo da live, de pouco mais de 20 minutos, o presidente não comentou a
crise política envolvendo seu partido, o PSL, agravada nesta quinta.
Mais cedo, o líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO),
afirmou, em áudio obtido por VEJA, que vai “implodir” o presidente da
República, a quem chamou de “vagabundo”. A declaração de Waldir ocorre
após Bolsonaro ter articulado a troca na liderança da sigla na Casa.
Waldir daria lugar a Eduardo Bolsonaro (SP).
Sem
mencionar política, a conversa entre Bolsonaro e Hang girou em torno de
medidas econômicas. O presidente prometeu terminar seu mandato, em
2022, com “menos de 10 milhões de desempregados” no Brasil [dados mais
recentes apontam cerca de 13 milhões nessas condições].