Verdes Campos – Cinco anos da triste partida de Eduardo Campos.

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Cinco anos nos separam daquele 13 de agosto que muitos pernambucanos não
tiram da memória. Eduardo Henrique Accioly Campos nos deixou, mas o
tempo – compositor de destinos, se encarregou de colocar seu nome no rol
dos grandes líderes populares.


A concepção de “grande líder popular” agregava, em um mesmo
entendimento, todos os aliados e opositores de Campos. As opiniões
assertivas e os posicionamentos republicanos do ex-governador eram um
convite ao bom senso e ao equilíbrio. Meticuloso e articulador de
mão-cheia, Eduardo ocupava o patamar de estadista. O ex-ministro possuía
todas as credenciais necessárias para desbravar novos horizontes
políticos, como já vinha se desenhando nos cenários de outrora.



“Dudu”, carinhosamente chamado por muitos admiradores, inaugurou uma
nova agenda na administração de Pernambuco. Workaholic, coordenava mesas
diuturnas para se apropriar das situações particulares de cada setor
estratégico do estado, propondo soluções rápidas, exequíveis e
duradouras. Sua capacidade de liderança gerou um modelo de como deve se
tratar a máquina pública: com zelo, respeito, e uma dosagem sobrepujante
de empatia, para ter o humanismo de ser compassivo com a dor alheia e,
na mesma medida, ter a justa condição de se regozijar com a alegria dos
seus semelhantes.


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Devemos convir que na classe política há figuras boas e maus, e
ainda, dentre elas, existem as ressalvas, que perpassam todas as nossas
expectativas. O ex-governador era a adorável exceção. Foi o legítimo
aprendiz do “doutor Arraes”, a quem sempre se referia com grande paixão.
Campos conhecia cada palmo de Pernambuco, e se tornou um profundo
perito das carências e necessidades do seu povo.


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Como semente, o legado e as ideias de Eduardo Campos foram plantadas e
brotaram como verdes campos. Verdes, em um tom tão penetrante quanto a
cor dos seus olhos. Seus vastos ensinamentos deixados são um guia para a
prática de uma nova política. Nestes tempos de crise que atravessamos,
Eduardo não estaria acomodado. Detentor de algum mandato eletivo ou não,
conduziria um bom diálogo e agregaria as melhores discussões em favor
do nosso país.



Para nosso desconsolo e descontentamento, os bons partem primeiro.
Campos não teve tempo de concluir sua brilhante carreira. A grande
página estava prestes a ser escrita, mas, por um infortúnio, foi
interrompida. Entretanto, acredito que a figura de Eduardo continua a
inspirar todos àqueles que têm sede de uma sociedade mais justa,
democrática e solidária. E essa fonte de inspiração não tem validade. É
para sempre.
Papelaria_Santa_Ana
Por Lucas Noia*
*Acadêmico em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural de Pernambuco
https://www.instagram.com/santa.blogdopereira/

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