Vila São Bernardo – Uma História entre Santa Terezinha e Imaculada.

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No tempo de criança sentávamos nas calçadas da Rua da Mangueira em Santa Terezinha e íamos contar histórias de assombrações até tarde da noite. Os caminhos mau assombrados, onde ‘aparições’ eram vistas; luzes que acompanhavam o andarilho nos caminhos a noite. Histórias das lavadeiras que viam uma tocha de fogo dentro do mato no caminho do Açude do Julião e ‘malassombros’ que corriam atrás das pessoas na Ladeira Preta, entre Santa Terezinha e Imaculada.

Se contavam muitas histórias da guerra de 30 da Ladeira Preta e que até Lampião teria andado por lá, mas não há nenhum registro histórico do evento. Reza a lenda que teve uma batalha com muitos mortos na dita ladeira e o caminho ficou assombrado pelas almas que lá pereceram.

No tempo passado nas festas juninas de Imaculada, fomos muitas vezes a noite, e a pé para lá, pela Ladeira Preta. Nossa lanterna era um pedaço de madeira com a ponta em brasa que pegávamos numa fogueira qualquer e descíamos conversando, cantando e ‘cagando’ lorotas. Nunca vimos nada de assombroso! Nunca apareceu espírito nenhum para nos afrontar, apesar da pouca coragem e pernas finas da maioria da molecada da época, que disfarçava o medo e pensava; ‘seja lá o que Deus quiser’.

Ao se aproximar de Imaculada dávamos de cara com o Casarão da Vila São Bernardo, dos irmãos; Bernardo Limeira e Sabino Limeira. Esse Casarão, hoje abandonado, já foi um grande centro de produção de agave e empregava muitas pessoas nos anos pretéritos. Depois dos irmãos Bernardo, Assis Lustosa Ribeiro foi o dono e Sebastião Pires o encarregado que comandava; os cortadores de agave, puxadores, bangaceiros e cuidadores de fibra.

Assim como em Santa Terezinha, o agave em Imaculada teve papel fundamental na economia dos municípios. Com o declínio do ageve, o Casarão da Vila São Bernardo foi deixado de lado, e o tempo, que tem tempo para tudo, hoje deteriora sua cobertura e suas paredes e quando passamos em frente, a saudade aperta o peito.

Passando pelo Casarão, a turma toda descia para querida Imaculada ouvir e dançar as músicas da bela Cantora Fabiana, Banda Paxson 7 de Teixeira e Banda Baile Natureza Lucinante, essa última, se soltasse o ônibus em Caicó-RN sem motorista, ele vinha direto para Santa Terezinha. (O bixim já tava acostumado no camim).

Tempo bom, músicas boas que fixavam na memória dos jovens da nossa época, onde lotávamos os salões para dançar coladinho, beber pouco e namorar muito.
Pena que o Casarão da Vila São Bernardo não foi tombado como patrimônio material da querida Imaculada. 
Aqui é um marco vivo da história Imaculadense.

https://www.facebook.com/segvida.santaterezinha

Papelaria_Santa_Ana


5 Comentários
  1. Ronaldo de SP Diz

    Nossa veio que história bacana para se recordar, toda isso postado é pura verdade, ouvi muito isso, é fui muito para imaculada nessa época e fui um dessa turma.kkkkk…muito bom ler tudo isso.sou o Ronaldo e moro há 20 anos em São Paulo

  2. Imaculadense Diz

    Linda história não apenas por só lê mais linda também porque participei de tudo isso aí que foi escrito sou de imaculada passei muitas vezes neste casa indo a pé pra festa em Santa Terezinha.

  3. blog do vinícius Diz

    Ótima matéria. Nós q somos mais jovens, infelizmente temos pouco conhecimento sobre a história do lugar onde crescemos. Parabéns pelo empenho em restaurar algumas dessas lembranças.

  4. Aparecida Caetano de Brito Diz

    Eu lembro muito moro à 32 anos em SP paulo mais nunca esqueci minhas origens.

  5. Aparecida Caetano de Brito Diz

    Eu lembro muito moro à 32 anos em SP paulo mais nunca esqueci minhas origens.

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