Jair Bolsonaro, o Posto Ipiranga da Esplanada dos Ministérios, mentor de
todas as soluções na área econômica. Tomado pelo conteúdo de suas
entrevistas, Sergio Moro parece ambicionar a condição de Posto Ipiranga
do B, dono das respostas ético-jurídicas do futuro governo.
Na sua entrevista mais recente, Moro disse que atuará como conselheiro de
Bolsonaro quando estiver em jogo a idoneidade de outros ministros.
Denunciados por corrupção devem ser demitidos? “Se a denúncia for
consistente, sim”, declarou o futuro ministro da Justiça ao programa
Fantástico.
Moro prosseguiu: “Eu defendo que, em
caso de corrupção, se analise as provas e se faça um juízo de
consistência, porque também existem acusações infundadas, pessoas têm
direito de defesa. Mas é possível analisar desde logo a robustez das
provas e emitir um juízo de valor. Não é preciso esperar as cortes de
Justiça proferirem o julgamento.”
“Eu
não assumiria um papel de ministro da Justiça com o risco de
comprometer a minha biografia, o meu histórico”, afirmou Moro, ao
reiterar que obteve de Bolsonaro o compromisso de que o novo governo não
oferecerá escudo a suspeitos de corrupção. Cinco dias antes, em
entrevista coletiva, Moro dissera que sua presença no governo dissiparia
até os receios de retrocesso democrático.