Para assessores de Temer, reajuste diário da gasolina é insustentável.

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Depois de o diesel passar a ter reajustes mensais, a avaliação dentro
do governo Temer, com certa concordância da própria Petrobras, é que o
preço da gasolina também deve ser determinado a cada mês e não variar
quase que diariamente. Para assessores do presidente Temer, o reajuste diário ficou
“insustentável” num ambiente de turbulências no mercado financeiro por
causa da instabilidade nos cenários externo e interno. A própria
Petrobras, que criou a regra de ajustes diários, já estaria também
convencida de que o sistema terá de sofrer modificações.

Hoje, a equipe econômica, juntamente com o Ministério de Minas e
Energia e a Petrobras, devem discutir o assunto. A ideia é criar um
colchão tributário para amortecer aumentos elevados no preço da gasolina
diante de altas expressivas do barril do petróleo e do dólar.

Seria algo semelhante ao que foi feito para o diesel, só que, no caso
deste combustível, a maior parte da conta será bancada com subsídio. O
problema para a gasolina, neste momento, é a falta de espaço fiscal para
criação de um colchão tributário.

Uma das propostas que serão discutidas é usar a geração de novas
receitas para bancar o colchão. O que pode ser feito com recursos de
leilões do petróleo do pré-sal, que devem ser feitos a partir do acordo
da cessão onerosa com a Petrobras.

Na época da capitalização da empresa, no governo petista, a estatal
ganhou campos do pré-sal para explorar em troca de ações entregues à
União. Só que essas reservas se mostraram bem maiores do que o previsto.
Uma parte será devolvida à União, que vai leiloá-la. Especialistas
apontam que o governo pode arrecadar no mínimo R$ 50 bilhões com esses
leilões.

O fim do reajuste diário de preço dos combustíveis começa a ganhar
adesão até no mercado financeiro e entre economistas, o que deve
facilitar as discussões sem grandes prejuízos para a Petrobras.

O ex-presidente da estatal Pedro Parente, ao deixar o cargo na semana
passada, sabia que essa discussão seria colocada na ordem do dia e
resolveu sair exatamente para facilitá-la. O próprio Pedro Parente,
criador da regra, percebeu que ela teria de ser modificada e avaliou que
sua saída seria a melhor solução para isso.

Principal defensor da criação do colchão tributário dentro do
governo, para evitar reajustes diários da gasolina, o ministro Moreira
Franco (Minas e Energia) diz que tudo será feito preservando a
Petrobras.

“Não vamos interferir na política da Petrobras de garantir sua
lucratividade, isso não será feito, como não foi no caso do diesel. Mas
precisamos pensar na população, e isso é tarefa do governo, que passará a
avaliar o que deve ser feito”, afirmou Moreira Franco ao blog do
Matheus Leitão.

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