Acordo: caminhoneiros não crêem no fim da paralisação.

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De acordo com representantes da categoria, são os caminhoneiros que vão dizer se a proposta é suficiente ou não.

Apesar de o governo ter anunciado o fim do movimento dos caminhoneiros,
os líderes da categoria que assinaram o acordo estão reticentes e não
asseguram, ao final do longo e tenso dia de reuniões, no Planalto, que
seus filiados voltarão ao trabalho, nesta sexta-feira, liberando
estradas e voltando a transportar as mercadorias. “Assumimos o
compromisso e vamos repassar ainda hoje, na íntegra, para todos eles.
Mas é a categoria que vai analisar e é o entendimento deles é que vai
dizer se isso foi suficiente ou não. O que estou dizendo para eles é que
chegamos aqui com duas reivindicações e saímos com 14 e houve uma
sensibilidade do governo no atendimento às reivindicações”, declarou o
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Autônomos (CNTA),
Dilmar Bueno, sem querer assegurar em momento algum que a categoria iria
voltar às atividades nesta sexta.

Os
presidentes das Federações de Transportadores Autônomos de São Paulo e
Minas Gerais, Norival de Almeida e Silva e Gilmar Carvalho, estavam bem
mais pessimistas.

Pelo
menos três das 11 entidades presentes ao encontro não assinaram o
acordo. São eles: o presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros
Autônomos (Abican), José da Fonseca Lopes; do Sindicato de Ijuí (SC),
Gilson Baitaca, e da União Nacional dos Caminhoneiros (Unican), José
Araújo, conhecido por China. 

No
mesmo momento que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, apelava
pelo fim da paralisação que já dura quatro dias e está provocando
desabastecimento em vários setores no País, José Araújo, conhecido por
China, da União Nacional dos caminhoneiros (Unican), disse ao Estado que
não assinou o acordo porque “são só promessas e não temos nada de
concreto”. Segundo ele “se cumprir está bom, mas precisamos de ver tudo
em vigor e não só promessas pois de promessas estamos cheios”.

E avisou:
“Só com promessas não vou pedir a ninguém para acabar com o movimento
porque a greve não é mais do nossa, mas da população “. Ele participou
da reunião e deixou o Planalto reiterando que só pede aos seus
liderados, que não disse quantos são, quando tudo estiver valendo.

Por Tânia Monteiro, O Estado de S.Paulo. 

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