Protesto de caminhoneiros entra no 3º dia com bloqueios em rodovias.

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A greve dos caminhoneiros entra no 3º dia nesta quarta-feira (23) com bloqueios em rodovias federais em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Eles permitem a passagem apenas de carros, ônibus e ambulâncias. Em São
Paulo, por volta das 5h30 eram registrados ao menos três bloqueios na rodovia Presidente Dutra. Na região de Santa Isabel, o protesto ocorria nos dois sentidos da via, no km 186. Nas cidades de Jacareí e São José dos Campos, os caminhoneiros bloqueavam a via no sentido Rio nos quilômetros 164 e 156.

No mesmo horário, os caminhoneiros também protestavam nos dois sentidos da rodovia Régis Bittencourt.
No sentido São Paulo, o bloqueio na via ocorria do km 478 ao 477. Já no
trânsito no sentido Paraná, estava interrompido do km 470 ao 477, na
região de Jacupiranga; e do km 384 ao 385, em Miracatu. Na rodovia
Fernão Dias, os motoristas enfrentavam ao menos 15 bloqueios em cidades
de São Paulo e Minas Gerais.

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Minas registrava outros bloqueios em trechos das rodovias BR-40, BR-50, BR-116, BR-153, BR-251, BR-262, BR-365 e BR-381.
No
Espírito Santo, o trânsito está interrompido nos quilômetros 304, 376 e
414 da BR-101; no km 262 da BR-262; km 46 e km 50,7 da BR-259.

Reinvidicações
Os
caminhoneiros pedem mudanças na política de reajuste dos combustíveis
da Petrobras (medida que o governo refuta) e redução da carga tributária
para o diesel (que está em negociação). A nova política de reajustes,
adotada pela Petrobras em julho do ano passado, é bem-vista por
investidores por acompanhar o padrão adotado em outros países. Alterá-la
agora seria interpretado como intervenção do governo na estatal.

Com
essa nova política, os valores dos combustíveis sofrem alterações
diárias que acompanham a cotação internacional do petróleo e a variação
do câmbio.
Como o dólar e o preço do óleo tiveram repiques, o valor
do diesel saltou. Em um mês, o litro do diesel na bomba subiu 4,9%, de
R$ 3,42 para R$ 3,59, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).

À espera de acordo
Na
tentativa de encerrar a greve dos caminhoneiros, que já atinge 24
estados, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou, nesta
terça-feira (22), que o governo vai zerar a cobrança da Cide (Contribuição
de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel. Impôs, no entanto,
uma condição: que o Congresso aprove a reoneração da folha de
pagamento.

“Hoje fechamos um acordo com os presidentes da Câmara e
do Senado”, disse Guardia. “Uma vez aprovada a reoneração, sairemos com
o decreto zerando a Cide.” O governo está cauteloso porque zerar a Cide
amplia a perda de arrecadação em um momento de aperto fiscal. A
estimativa é de uma perda de R$ 2,5 bilhões com a Cidemas, mas de um
ganho de R$ 3 bilhões com a reoneração.

A reação do Congresso,
porém, se mostra inconclusiva. Logo após o anúncio, o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pretende colocar o projeto em
votação na próxima semana. Porém, ao fim da noite, Maia deu uma nova
declaração: que incluiria a redução da PIS/Cofins do diesel no projeto
de reoneração da folha –o que ampliaria a perda fiscal.

Por sua
vez, o relator da proposta de reoneração, deputado Orlando Silva (PC do
B-SP), disse que não quer limitar a queda do tributo ao diesel. “Vou
tentar ver se fica de pé uma abordagem que inclua o gás de cozinha e
gasolina”, disse Silva. As conversas prosseguem nesta quarta (23).

Da Folha PE.

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