o PSL atua na Justiça em duas frentes opostas quando o assunto é o
fundo destinado a financiar campanhas eleitorais com recursos públicos. A
sigla tenta derrubar o chamado “fundão” e, ao mesmo tempo, busca
abocanhar uma fatia maior dos recursos.
outubro do ano passado, o Congresso aprovou a criação do Fundo Especial
de Financiamento de Campanha, uma alternativa costurada pelos
parlamentares por causa da proibição, pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), das doações empresariais às campanhas. O fundo ficou com R$ 1,7
bilhão no orçamento federal deste ano.
a aprovação, o PSL ajuizou no STF uma ação que questiona o dispositivo,
alegando que ele é inconstitucional. No processo, a legenda argumenta
que a única fonte de recursos públicos prevista na Constituição para os
partidos políticos é o Fundo Partidário. Dessa forma, defende que um
novo fundo não poderia ser criado por meio de projeto de lei, mas sim
por uma emenda constitucional.
PSL também sustenta que há ilegalidade no ponto que estabeleceu o
direcionamento de recursos de emendas parlamentares para abastecer parte
do fundo. A sigla justifica que a execução das emendas é obrigatória e
deve ser feita em áreas como saúde e educação.
a história tomou outra direção quando o PSL anunciou a filiação do
deputado Jair Bolsonaro (RJ) para disputar a Presidência. Isso porque a
distribuição de quase metade do fundo eleitoral leva em conta o tamanho
das bancadas partidárias na Câmara. A ida de Bolsonaro fez a sigla
saltar de um deputado no início da legislatura para dez após a janela
partidária encerrada neste final de semana.
dará mais dinheiro ao PSL, já que a divisão foi feita com base nos
tamanhos das bancadas em agosto de 2017, o partido ingressou com um
questionamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
o presidente do PSL, Luciano Bivar, o fundo foi criado para manter o
“status quo” na política, já que as regras privilegiam os partidos de
grande porte, que devem ficar com a maior parte dos recursos. “Já que
esse dinheiro vai sair, que seja dividido no final da janela
partidária”, defendeu Bivar.
Bernardo Caram – Folha de S.Paulo.