Padre Luizinho critica modelo político e dá exemplo da relação PSBxPT no Estado.

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O Padre Luiz Marques Ferreira, Padre
Luizinho conhecido por sua atuação pastoral, na cultura e no debate
político, integrante do Grupo Fé e Política da Diocese, foi o convidado
do Debate das Dez de hoje. Ele iniciou avaliando positivamente os cinco
anos do Papa Francisco a frente da Igreja.

“Se fosse chamado por Deus hoje, já
deixaria um enorme legado para o mundo.  Sobretudo com relação a questão
da administração da igreja, talvez seja a mais contundente atuação
dele, quando expõe toda a Cúria Romana como o lugar onde não estava
condizendo com a atitude de Jesus Cristo. Então ele joga essa discussão,
primeiro para os cardeais numa avaliação interna e depois passa para a
comunidade católica do mundo”.

Padre Luizinho disse que no mundo de
hoje é impossível para o clero viver alheio aos acontecimentos. Ele
comentou  pesquisa CNI/Ibope, indicando que 44% dos eleitores estão
pessimistas com as eleições de 2018 para presidente. Padre Luizinho
atribuiu o pessimismo e a perca do encanto das pessoas às “elites” do
país. “É isso que eles querem, que os pobres, estudantes, negros, os
índios, os agricultores, não se preocupem com os agentes
político-partidários, pois a partir daí eles tem mais facilidade de
dominar, pois não há organização sindical, não há questionamento da
igreja, nem das instituições. Isso que está acontecendo é triste. Quer
dizer que as pessoas estão abandonando essa ferramenta”, preocupou-se.

Padre Luizinho chamou a atenção para a
forma como os brasileiros lidam com agentes políticos, votando em
pessoas que nunca tiveram compromisso com o povo. “Nós encontramos hoje
no país, no nosso estado, figuras que nunca tiveram compromisso com o
povo, mas o povo esquece. A partir de julho, eles começam a vir e as
pessoas esquecem muito rápido a prática desse pessoal que nunca defendeu
o pobre, nem o agricultor, nem o negro, o índio. Esses caras vem e por
causa do chefe político do meu município, leva meu voto, leva o voto das
pessoas que dependem de emprego, de uma receita médica e isso tem sido
perpetuado”, criticou.

Também mostrou preocupação com o cenário
de incertezas no país e a possibilidade de crescimento de alternativas
fascistas ou de extrema direita, no vácuo dessa crise institucional e
política.

O padre foi mais direto ao dar exemplo
do que acontece na política pernambucana. Deu exemplo do PSB, que votou
pelo impeachment de Dilma, se afastando da linha de nomes como Arraes e
Eduardo e agora, em uma ótica eleitoral luta para ter o apoio do PT na
reeleição de Paulo Câmara. “É bom mesmo que haja mais opções ao eleitor.
Seria bom mesmo pro processo que Marília Arraes também fosse
candidata”, cravou, defendendo alternância de poder.

Ele ainda foi crítico à falta de ouvidos
do Estado aos problemas reais colocados na região. Disse que todas as
demandas apresentadas em defesa do Bioma Caatinga entregues ao próprio
governador Paulo Câmara não motivaram uma única ação. “Ganhamos algumas
pessoas que não gostam de nossa denúncia e o Estado não fez nada”,
reclamou.

Ele voltou a dizer que os pipeiros da
região continuam sem receber e que, não fossem as chuvas, muitas
comunidades estariam desabastecidas.

E disse que a política de reassentamento
na Barragem da Ingazeira não foi bem gerida. “Ainda há famílias
isoladas. Antes da Barragem que é importante o Estado deveria ter
planejado um acesso  para essas famílias, como uma entrada que liga ao
49 e vai a Tuparetama. Mas não fizeram. Enquanto houver uma família lá o
problema vai perdurar. Questionou ainda o excesso de investimento em
mídia quando à segurança, no mote da discussão da CF 2018. “Ter mais
1.500 policiais é importante, mas precisa viatura, armamento. Ajudamos a
construir o Pacto Pela Vida, mas ele se perdeu na história”.
Por André Luis.

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