Sigilo bancário virou nó no pescoço de Temer.

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Michel
Temer zanga-se quando associam sua impoluta figura aos maus costumes da
República. Tudo bem, mas não precisava amarrar um nó ao próprio o
pescoço. O ministro Luís Roberto Barroso quebrou o sigilo bancário de
Temer. Mas foi o próprio investigado quem mandou dizer que entregaria os
extratos aos jornalistas: “O presidente não tem nenhuma preocupação com
as informações constantes suas contas bancárias”, escreveu a assessoria
da Presidência em nota oficial datada de 5 de março de 2018.

Desde
então, auxiliares e advogados de Temer promovem um revezamento. Às
segundas, quartas e sextas, um grupo espalha que o presidente exibirá os
dados bancários oportunamente. Às terças, quintas e sábados, outro
grupo esclarece que Temer ainda pode mudar de ideia, pois vem sendo
aconselhado a não expor sua intimidade bancária. E durante todos os dias
da semana o nó sufoca o pescoço de Temer sem que ninguém acredite no
que ele e seu staff afirmam.

Vale
a pena reler a íntegra do texto que a Presidência divulgou há Temer
aprovou e sua assessoria divulgou há oito dias: “O presidente Michel
Temer solicitará ao Banco Central os extratos de suas contas bancárias
referentes ao período mencionado hoje no despacho do iminente ministro
Luís Roberto Barroso. E dará à imprensa total acesso a esses documentos.
O presidente não tem nenhuma preocupação com as informações constantes
suas contas bancárias.”

Logo,
logo o brasileiro começará a se perguntar: ”Existe alguma coisa mais
suspeita do que uma movimentação bancária tão insuspeita que não pode
ser exibida à luz do dia?”

Por Josias de Souza.

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