O senador Fernando Bezerra Coelho quer ser o novo “Eduardo Campos” de Pernambuco?

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O Senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) concedeu uma entrevista
exclusiva ao renomado Jornalista Inaldo Sampaio, chamando a atenção
deste comentarista político para, pelo menos, três aspectos da sua fala. Primeiro, “sou candidato ao Governo de Pernambuco”. Ele confirma que
será candidato, subentendido que será o nome do grupo da oposição. O
bloco é formado pelo Senador Armando Armando Monteiro, Ministro Mendonça
Filho (DEM), Ex-ministro Bruno Araújo (PSDB), entre outras lideranças,
que estão dialogando e já apoiam a candidatura de Fernando Bezerra
Coelho. O motivo é mais que obvio: Fernando não tem nada a perder em
2018 se lançando candidato ao Palácio do Campo das Princesas. Cravou a
maioria nos bastidores!

A entrevista do senador peemedebista revela outro aspecto da sua
postura política, alguns lhe chamam de “traidor”, “sem personalidade”,
“sem escrúpulo”, entre outros adjetivos, que, particularmente, acredito
que o vice-governador Raul Henry e o deputado federal Jarbas Vasconcelos
saibam elencar melhor.

No entanto, acredito que o senador tem personalidade. Primeiro, que
para querer se tornar vice-líder do Governo de Michel Temer no Senado –
tendo este 95% de rejeição popular – não é pra qualquer político.
Segundo, ainda, nesta ótica, Bezerra mostra ter o que é essencial para
uma corrida estadual: a coragem de assumir uma administração que
envergonha o povo com os níveis de violência, mas acima de tudo com a
“Operação Torrentes”, envolvendo membros da Casa Militar e da renomada
corte da Polícia Militar – instituição vinculada ao Governo do Estado.

Em outros tempos, muitos não iriam querer assumir esse trono. O
Estado precisa ser governado. Tem salário, força política e muita coisa
envolvida nos bastidores do poder – espero ter conhecimento mais
aprofundado em breve. Então, vale a pena disputar 2018 e vale a pena
tentar se reeleger.

A segunda opção é a do Governador Paulo Câmara mas, resumindo,
Fernando Bezerra tem coragem e já provou para o eleitorado ao rachar com
a Frente Popular e tomar o PMDB das mãos dos caciques históricos da
política estadual. Se ele foi correto ou não deixo para Jarbas, Henry e
outros avaliarem, mas, ao certo, sei que ele tem coragem.

O último item, dos três que afirmo elencar aqui, trata-se da
estratégia, do jogo de xadrez político que o ex-governador Eduardo
Campos sabia fazer, mas não ensinou ao Governador Paulo Câmara (PSB).
Talvez, o Jornalista Magno Martins e outros grandes analistas da
política pudessem passar para Paulo Câmara – não sei se ele já solicitou
esse auxílio mas, ainda, está em tempo! Até mesmo Marília Arraes está
jogando melhor que Paulo Câmara no aquecimento para as eleições,
contudo, voltemos a Fernando Bezerra Coelho.

O Senador aprendeu com Eduardo Campos e Miguel Arraes a entender o
movimento das peças no campo político, quando deixou a frente “Popular
de Pernambuco” e traçou uma estratégia para derrubar o reinado da
família “Campos”, de modo a chegar até o Palácio do Campo das Princesas.
A estratégia inicial seria desequilibrar a parte histórica e experiente
da política, constituída por Jarbas Vasconcelos e de complemento o
vice-governador, Raul Henry. Na minha opinião, o segundo não acrescenta
tanto assim na corrida política, mas é um nome que respeito. Depois
dessa jogada, a próxima é até dezembro visitar todos os municípios de
Pernambuco, conversando com lideranças e usando a máquina pública
federal para cooptar aliados e engrenar a candidatura até o Palácio do
Campo das Princesas.

Se alguns acham Fernando Bezerra um traidor e um golpista, lhe
chamaria de aluno de Eduardo Campos e Miguel Arraes, pronto pra assumir o
posto de novo instrutor da cúpula palaciana.

Até a próxima!
Pelo Jornalista e comentarista político Robério Sá. 

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