Temer
fez o que ninguém conseguiu: transformou a Presidência da República em
instituição menos confiável até do que os partidos políticos. Pesquisa
inédita do Ibope revela que, de 0 a 100, a confiança dos brasileiros no
presidente despencou de 30 para 14, desde 2016. Pela primeira vez, é
menor do que a confiança nos partidos. De fato nada é menos confiável
aos olhos da população hoje do que quem ocupa a Presidência. E esse nem é
o pior problema detectado pelo Ibope.
fez o que ninguém conseguiu: transformou a Presidência da República em
instituição menos confiável até do que os partidos políticos. Pesquisa
inédita do Ibope revela que, de 0 a 100, a confiança dos brasileiros no
presidente despencou de 30 para 14, desde 2016. Pela primeira vez, é
menor do que a confiança nos partidos. De fato nada é menos confiável
aos olhos da população hoje do que quem ocupa a Presidência. E esse nem é
o pior problema detectado pelo Ibope.
No
último ano, a desconfiança na política em geral bateu todos os recordes
– segundo a edição 2017 do Índice de Confiança Social, que o Ibope
pesquisa e calcula anualmente desde 2009. Do governo federal às
eleições, passando pelo Congresso e pelos partidos, a confiança em quase
todas as instituições políticas despencou desde 2016, com exceção dos
(recém-eleitos) governos locais. A maioria delas chegou ao seu ponto
mais baixo em 2017.
último ano, a desconfiança na política em geral bateu todos os recordes
– segundo a edição 2017 do Índice de Confiança Social, que o Ibope
pesquisa e calcula anualmente desde 2009. Do governo federal às
eleições, passando pelo Congresso e pelos partidos, a confiança em quase
todas as instituições políticas despencou desde 2016, com exceção dos
(recém-eleitos) governos locais. A maioria delas chegou ao seu ponto
mais baixo em 2017.
Já
é ruim o suficiente porque mostra que, ao contrário do que dizem os
políticos, as instituições que eles comandam não estão funcionando – não
aos olhos de quem os elege. Mas nem é o tamanho inédito da descrença da
população nas estruturas que exercem o poder que mais preocupa. Quando
se compara a outras instituições, percebe-se que a crise de confiança
não é generalizada. Ao contrário, ela tem foco e sujeito determinado.
é ruim o suficiente porque mostra que, ao contrário do que dizem os
políticos, as instituições que eles comandam não estão funcionando – não
aos olhos de quem os elege. Mas nem é o tamanho inédito da descrença da
população nas estruturas que exercem o poder que mais preocupa. Quando
se compara a outras instituições, percebe-se que a crise de confiança
não é generalizada. Ao contrário, ela tem foco e sujeito determinado.
Em
2009, a confiança nas instituições políticas era 15 pontos menor do que
a confiança média nas demais instituições: 48 a 63. Oito anos depois, a
desconfiança na política dobrou, e a no resto ficou praticamente
estável. O processo começou com os protestos de junho de 2013, se
aprofundou com o impeachment de Dilma e chegou a seu ápice com Temer. Em
2017, o “gap” de confiança nas instituições que envolvem políticos – em
relação às demais instituições – chegou a inéditos 35 pontos: 25 a 60.
2009, a confiança nas instituições políticas era 15 pontos menor do que
a confiança média nas demais instituições: 48 a 63. Oito anos depois, a
desconfiança na política dobrou, e a no resto ficou praticamente
estável. O processo começou com os protestos de junho de 2013, se
aprofundou com o impeachment de Dilma e chegou a seu ápice com Temer. Em
2017, o “gap” de confiança nas instituições que envolvem políticos – em
relação às demais instituições – chegou a inéditos 35 pontos: 25 a 60.
“Com
o descrédito da política, as pessoas estão se apegando na fé e na
polícia. Ou seja, nas instituições cuja percepção majoritária da
população é que estão fazendo algo para melhorar”, diz a CEO do Ibope
Inteligência, Márcia Cavallari.
o descrédito da política, as pessoas estão se apegando na fé e na
polícia. Ou seja, nas instituições cuja percepção majoritária da
população é que estão fazendo algo para melhorar”, diz a CEO do Ibope
Inteligência, Márcia Cavallari.
De
2016 para 2017, a confiança média no conjunto das seis instituições
políticas (governo federal, eleições, Congresso Nacional, partidos
políticos, presidente e governos municipais) caiu 15%. Ao mesmo tempo, a
confiança nas outras 14 instituições subiu, em média, 8%. Entre as mais
confiáveis aparecem igrejas (subiram de 67 para 72), Polícia Federal
(de 66 para 70), Forças Armadas (de 65 para 68) e meios de comunicação
(de 57 para 61).
2016 para 2017, a confiança média no conjunto das seis instituições
políticas (governo federal, eleições, Congresso Nacional, partidos
políticos, presidente e governos municipais) caiu 15%. Ao mesmo tempo, a
confiança nas outras 14 instituições subiu, em média, 8%. Entre as mais
confiáveis aparecem igrejas (subiram de 67 para 72), Polícia Federal
(de 66 para 70), Forças Armadas (de 65 para 68) e meios de comunicação
(de 57 para 61).
Projetando-se
esse descompasso de confiança para as eleições presidenciais de 2018,
percebe-se onde eventuais candidaturas-surpresa – e até pretensos
salvadores da pátria – poderão se apoiar. Não há transposição direta de
confiança de instituições para pessoas. Nem todo padre ou pastor será
automaticamente um favorito na corrida presidencial. Mas terão
influência.
esse descompasso de confiança para as eleições presidenciais de 2018,
percebe-se onde eventuais candidaturas-surpresa – e até pretensos
salvadores da pátria – poderão se apoiar. Não há transposição direta de
confiança de instituições para pessoas. Nem todo padre ou pastor será
automaticamente um favorito na corrida presidencial. Mas terão
influência.
O
mesmo vale para militares (vide o crescimento da intenção de voto em
Bolsonaro) e policiais federais. E promotores? A confiança no Ministério
Público ficou estável em 54 pontos. É maior do que nos políticos,
sindicatos e na Justiça em geral, mas menor do que nos bombeiros,
policiais e até nos bancos.
mesmo vale para militares (vide o crescimento da intenção de voto em
Bolsonaro) e policiais federais. E promotores? A confiança no Ministério
Público ficou estável em 54 pontos. É maior do que nos políticos,
sindicatos e na Justiça em geral, mas menor do que nos bombeiros,
policiais e até nos bancos.
Indubitável
mesmo pela pesquisa é que quem estiver ligado ao governo federal ou
umbilicalmente conectado ao presidente terá muito mais dificuldade para
se eleger do que quem estiver contra ele. A falta de manifestações de
rua expressivas e de penelaços pode dar a falsa impressão a deputados e
partidos governistas de que sustentar Temer no poder não lhes custará
tão caro assim. O auto-engano é sempre um atalho para o suicídio
político.
mesmo pela pesquisa é que quem estiver ligado ao governo federal ou
umbilicalmente conectado ao presidente terá muito mais dificuldade para
se eleger do que quem estiver contra ele. A falta de manifestações de
rua expressivas e de penelaços pode dar a falsa impressão a deputados e
partidos governistas de que sustentar Temer no poder não lhes custará
tão caro assim. O auto-engano é sempre um atalho para o suicídio
político.
Origem> O Estado de S.Paulo.