Vazão da Adutora do Pajeú cai e ameaça ainda mais distribuição. Entenda porque.

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Captação da Adutora do Pajeú, em Floresta

Caso quadro se agrave, sistema pode ser até paralisado para instalação de sistema de captação flutuante.

Hoje o blog noticiou que as cidades
atendidas pela Adutora do Pajeú estão com risco de racionamento ainda
maior. Não é difícil entender o porquê. O blog ouviu o Presidente do
Conselho Municipal de meio Ambiente e integrante das discussões da
Câmara Consultiva Regional do Comitê de Bacias do São Francisco, Elias
Silva.

Ele explica o quadro que afeta a
captação no Lago de Itaparica. “A vazão de Sobradinho estava operando em
800m3/s. Foi reduzida a 750 e agora opera em 700 m3/s. Como Sobradinho é
um lago estabilizador compromete o nível dos demais. Hoje a captação já
é crítica, mas ainda não necessita de balsas flutuantes”.

Porém, acrescenta, é questão de tempo.
“A captação opera com quatro bombas que garantem uma vazão média de
300m/s de partida para a Adutora. Devido a problemas com duas das
bombas, a adutora parte com uma média de 170 m/s, quase metade do
ideal”.  Em junho do ano passado, o blog já havia alertado para esse risco.
Naquela época, a Compesa já fazia intervenções na área para evitar
problema na captação. O nível já estava muito baixo, com a vazão
em vazão de Sobradinho  a 900 metros cúbicos por segundo. Já foi de
1.300, 1.100 e 1.000. Está agora em 700.

Com isso, as cidades sofrem, pois  o que
chega está em níveis bem abaixo do mínimo proposto para manter o
abastecimento. Todas as cidades que dependem da Adutora para
complementação ou como sistema principal são afetadas. Mas quão mais
distante a cidade da captação, maiores as dificuldades, porque podem
ocorrer outras intercorrências como problemas nas estações de
bombeamento. A rede ainda é afetada pelos ramais, necessários para
socorrer cidades em colapso total, como a última intervenção para
atender Iguaraci, Ingazeira e Tuparetama. E olha que há cidades como
Triunfo na fila esperando ramais.



No caso da Adutora Zé Dantas, que auxilia
cidades como Afogados e Carnaíba, os problema tem relação com danos
causados por moradores ao longo da adutora que rompem a tubulação para
ligações irregulares. “Isso motivou a Compesa a ter que paralisar o
sistema pra identificar as falhas. Aí é o onde podemos sentir claramente
essa deficiência da adutora do Pajeú”.

Elias Silva adverte: “Se a vazão de
Sobradinho cair para 600 m3/s o sistema de captação será repensado. Aí
teremos uma grande possibilidade de ter o sistema Pajeú paralisado por
dias pra implantar as balsas de captação flutuantes”.

O quadro é grave em todo o Sertão do
Estado. “Em Itacuruba, uma aldeia Pankara, na calha do São Francisco com
mais de 500 índios está sem nenhuma fonte de acesso à água devido aos
níveis e dificuldade de captação. O Comitê se sensibilizou e vai
executar a obra”. Na foto, a Cacique Lucélia que implorou apoio a seu
povo na reunião da CCR.

A esperança são as chuvas em Minas e na Bahia que estão começando a surgir. Mas o nível do reservatório está muito comprometido.
Por Nill JR.

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