Herança maldita, abandono, seca e descaso em Calumbi.

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Calumbi é o retrato do
abandono no Sertão pernambucano. Nos oito anos em que ficou no comando
do município, o prefeito Erivaldo Silva, o Joelson (PSB), implantou a
política da terra arrasada. No centro da cidade, a Secretaria de
Infraestrutura reproduz bem esse quadro. Ali, a frota da rede municipal
virou uma verdadeira sucata, com ônibus, carros e ambulâncias
abandonadas.

Nem ônibus a Prefeitura
está pagando para transportar os estudantes da zona rural, que agora
andam a pé ou em burrico para chegar à sala de aula. Os que cursam
faculdades em Serra Talhada e que dependiam de transporte público agora
têm que custear suas próprias conduções para o deslocamento.

O prefeito mora em Serra
Talhada e só aparece na cidade uma vez perdida. Segundo vereador mais
votado do município, com 543 votos, aliado da prefeita eleita, Valdemar
Viana, do PDT, revela que a derrota da candidata do prefeito foi
consequência não apenas dos ventos de mudança exigidos pela população,
mas, sobretudo, pelo enorme desgaste da atual gestão municipal.


“Apostamos tudo em
Sandra, mas tenho pena dela, que receberá uma massa falida”, diz o
parlamentar, para quem nunca houve igual descaso no trato com a máquina
pública. “Nem os servidores o prefeito paga em dia. Quem precisar de
médico ou de um atendimento no hospital aqui está frito”, afirma o
vereador. Para ele, o primeiro grande desafio da prefeita eleita será
colocar em ordem as finanças do município.

Sandra reconhece que
está diante de uma missão quase que impossível, mas ressalta que fará
tudo que estiver alcance porque a população apostou fortemente nas suas
propostas. “Fiquei muito feliz com a confiança depositada em mim, mas
estou mais feliz ainda porque o povo daqui voltou a sonhar”, afirmou.


HISTÓRIA

As terras onde se
localiza hoje o município de Calumbi pertenciam à família Barbosa, que
foram os primeiros povoadores. Ali edificaram uma igreja devotada a
Nossa Senhora da Conceição, onde é celebrada sua festa desde 8 de
dezembro de 1877. O povoado foi inicialmente chamado de São Serafim e
pertencia à comarca de Flores.

Pelo decreto-lei nº 92,
de 31 de Março de 1938, o distrito de São Serafim passou a denominar-se
Calumbi, em virtude da grande quantidade da planta arbustiva de mesmo
nome. Foi elevado à categoria de município pela lei estadual nº 4938 de
20 de dezembro de 1963. O primeiro prefeito foi nomeado pelo governador
Miguel Arraes de Alencar, através do Ato nº 1.028 de 21 de fevereiro de
1964. A posse de Manoel Belarmino de Souza, o Dunga, ocorreu em 1º de
abril de 1964.

A atividade econômica
predominante é a agricultura, com lavouras temporárias de algodão
herbáceo, feijão, mandioca e milho, além de algodão herbáceo e banana. A
pecuária também compõe a economia local (aves, gado bovino, caprino,
ovino e suíno). Possui também um grande número de dependentes de
programas de ajuda governamental, como o Bolsa Família. Levantamentos
oficiais apontam que mais da metade da população está envolvida de uma
forma ou de outra nos programas sociais. 
Por Magno Martins.

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