Alma penada assusta motorista entre Princesa e Tavares.

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Lucemberg Salvador quase teve uma bilôla fatal na noite
desta terça-feira, quando trafegava de Princesa para Tavares. O veículo
que dirigia se aproximava da Granja Cascavel e de repente apareceu na
sua frente a marmota da foto, uma alma penada vestida de noiva e
carregando nas mãos um estonteante buquê de flores. A aparição o deixou
sem fala e quase desmaiando. A sorte é que o carro passou pela visagem e
o rapaz conseguiu se refazer.


Esse negócio de alma penada em Princesa não é novidade.


Quando
o cemitério local era encoberto pela enorme cerca de avelós de Antonio
Medeiros, Luizinho Arapapaca passava pelo túnel perto da meia noite,
vindo do Macapá, o medo esfriando a boca do estômago e o deixando com os
queixos batendo. Foi aí que viu na sua frente aquela bela moça,
caminhando tranquilamente. Apressou o passo, deu boa noite, saíram os
dois a caminhar.


Diante do portão do cemitério, Luizinho, curioso, perguntou:


-Você não tem medo de passar por aqui a essa hora da noite?


A moça, sem levantar a vista, disse porque não tinha:


-Quando eu era viva, tinha.”


E aquele caso de Antoim Coxim?


Amigado
com a nêga Bola, Coxim pegava o atalho dos fundos da igreja para chegar
ao cabaré quando a noite caía. Naquela noite, escutou a voz misteriosa:


-Ontoim Coxim, quer enricar?


A
carreira foi grande. Mas Bola o recriminou. Disse que se tratava de uma
alma querendo indicar-lhe uma botija. Coxim ouviu e decidiu responder
na noite seguinte:


-Ontoim Coxim, quer enricar?


-Quero! -, respondeu de olho guloso.


-Então vai dar o cu!


Ao que Coxim, tomado de revolta, respondeu:


-Vai tu, alma fresca!


Sem
contar com aquele acontecimento protagonizado pela vetusta senhora
casada, que se aproveitava das viagens do marido para receber , na sua
alcova, o insaciável amante. A senha para avisar que o marido estava
ausente era um couro de bode pendurado na janela.


Naquela
noite o marido voltou mais cedo e ela esqueceu de tirar o couro.
Estavam os dois no quarto, quando começou a zoada na janela, um ruído de
janela forçada, de alguém querendo entrar.


Ao ver o marido alarmado, a esposa argumentou:


-Isso é uma alma penada. Fique aí que eu vou recomendá-la com um bendito ensinado por mamãe.


E cantou:


-Oh alma que tás penando/vai pru reino da gulóra/meu marido tá em casa/me alembrei do couro agora”.
Por Tião Lucena.

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