Ministro da Educação reconhece que reajuste do piso dos professores prejudica municípios

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Ministro da Educação, Aloizio Mercadante reconhece que o reajuste do
piso salarial dos professores oferece risco fiscal às finanças dos
Estados e Municípios, mas defende que o governo federal segue a lei em
vigor ao definir o aumento de 11,36%. Para ele, a norma que regulamenta o
piso salarial da categoria deveria ser revista.

“O MEC reconhece que há um grave problema fiscal e que temos que
rediscutir o piso. Temos um problema relevante, mas não se pode dizer
que é o MEC que decide o piso. É a lei”, disse Mercadante em entrevista
ao Broadcast.

O ministro alegou que não se pode declarar desconhecimento sobre o
reajuste, que foi definido pela legislação. “Estava todo mundo informado
disso há muito tempo”, completou.

Mercadante disse que parecer jurídico mostrou que a lei não pode
retroagir e as mudanças teriam que ser feitas em 2015. O ministro
enfatizou que o artigo 5º da lei 11.738 determina o reajuste em janeiro e
que acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) consolidou a
interpretação em torno do piso. “O Ministério da Fazenda tem papel
passivo, de respeito à legislação em vigor”, disse.

Como a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou, o resjuste
do piso logo no início do ano afeta diretamente a saúde financeira dos
Municipios, que já sofrem com a crise econômica. O ministro lembrou que
esta entidade solicitou ao Ministério da Fazendo, em dezembro do ano
passado, um novo cálculo, mas a pasta respondeu que há uma decisão
judicial.

Falta de acordo
Secretários de educação dos Estados e Municípios participam de uma mesa
de diálogo para discutir piso e carreira docente, conforme estabelece o
Plano Nacional de Educação (PNE). No entanto, confirmou o ministro, não
houve qualquer tipo de acordo sobre as questões.

Mercadante, então, reiterou que os Estados e Municípios negociem com o
sindicatos um reajuste menor. “A única coisa que não podemos ter são
greves prolongadas em que os alunos são prejudicados”, disse.

Por fim, o ministro ainda defendeu que a mesa de negociação precisa ter
uma “compreensão” em relação às dificuldades financeiras dos prefeitos e
governadores. “É preciso abrir as contas e mostrar a situação fiscal.
Esse é único caminho”, recomendou.
Fonte: Blog do Finfa.

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