Prefeitos de Pernambuco ameaçam não pagar o 13º.

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amupe

No encontro na Alepe, os prefeitos
pernambucanos admitiram que podem não pagar 13º salário, em função da
crise econômica nacional.


“A atual crise aprofundou esse quadro já
trágico. O final do ano que se aproxima, com a perspectiva de não
honrar os compromissos como o pagamento do 13º salário, tem gerado um
quadro sombrio para as prefeituras municipais”, disse o presidente da
Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota.


Após o ato na assembleia, os prefeitos
divulgaram uma “Carta Aberta” à sociedade apresentando os problemas e
contendo propostas para superação da crise. Às 11h30, uma comitiva de
prefeitos foi recebida no Palácio do Campo das Princesas pelo governador
Paulo Câmara (PSB).


Os prefeitos reclamam da distribuição
desigual dos recursos arrecadados entre os entes federados e da alta
concentração do bolo tributário por parte da União. “A crise apenas
agravou a situação. A base de toda essa penúria vivenciada pelos
municípios brasileiros não é outra senão a repartição injusta e
desequilibrada dos recursos entre os entes federativos, no qual a União
fica com 60%, os Estados com 25% enquanto os municípios ficam apenas com
15% e toda a responsabilidade e ônus da execução”, diz um trecho da
carta que será entregue ao governador.


Prefeitos de todas as regiões do Estado
lotaram as dependências do plenário e tribunas de honra. A audiência
contou com as presenças do presidente da Alepe, Guilherme Uchoa,
deputados estaduais Aloísio Lessa, Augusto César, Rogério Leão, Rodrigo
Novaes, Edilson Silva, Antônio Moraes, Júlio Cavalcanti, Ângelo
Ferreira, Sílvio Costa Filho, Botafogo Júnior, José Maurício, Odacy
Amorim, Joaquim Lira e Henrique Queiroz.


Pelo Governo, falou o deputado Aloísio
Lessa. Pela Oposição, discursou agora o Deputado Sílvio Costa Filho. A
reunião foi aberta às 10h pelo presidente da AMUPE e prefeito de
Afogados da Ingazeira, José Patriota. “Queremos chamar a atenção da
sociedade para os problemas. Há na pauta reivindicações para Estado e
União, mas também cobranças para que o Congresso supere esse entrave
político e vote as matérias pendentes que são de nosso interesse. A
crise, que é conjuntural, mas está sendo aprofundada pela crise política
e pelo quinto ano consecutivo de seca,” disse Patriota.


Eduardo Tabosa, prefeito de Cumaru, no
Agreste de Pernambuco, e Secretário Geral da Confederação Nacional dos
Municípios, afirmou não ser possível aos municípios garantir uma merenda
de qualidade quando as prefeituras recebem apenas 30 centavos por
aluno/dia.
Nayn Neto

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