Doença ou maldade? O que levou José Ailton a matar a própria mãe?

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osé Ailton Nunes de Oliveira
O caso do jovem José Ailton Nunes de Oliveira, 28 anos que assassinou
a própria mãe, Francisca Nunes de Oliveira, 49, causou grande
repercussão na região e no Estado.

Segundo informações José Ailton sofre de esquizofrenia e matou a mãe com golpes de faca e depois ateou fogo no corpo.

Ainda segundo informações José Ailton estava internado, mas foi
liberado para viver em sociedade. O crime aconteceu no Sítio Torrões em
São José do Egito.

Moradores ao avistarem a fumaça se deslocaram até o local e apagaram
as chamas, mas o corpo da vítima ficou parcialmente carbonizado.

Policiais apreenderam a faca utilizada no crime e em seguida capturaram o acusado na caatinga.

Para entender melhor o acontecido o comunicador Nill Júnior conversou
por telefone com o blogueiro de São José do Egito Marcelo Patriota,
também ouviu o relato do delegado responsável pela prisão de José Ailton
Dr. Edson Augusto e nos estúdios da Pajeú a psicóloga Deise Liberal
falou fez esclarecimentos sobre a esquizofrenia e doenças mentais.

O blogueiro Marcelo Patriota informou que em Tuparetama o comentário é
de que Ailton já tem um histórico de esquizofrenia, assim como outros
membros de sua família tem problemas mentais. Ele disse que ouviu
relatos de que a mãe tratava José Ailton com carinho, já tinha ido
várias vezes ao Recife atrás de tratamento para o filho, e que ele tinha
acompanhamento no CAPS de São José do Egito, disse também que ele era
uma pessoa muita arredia, mas que não tinha histórico de violência e que
não tinha envolvimento com drogas.

Marcelo também informou que a morte foi dentro de casa, e depois ele arrastou o corpo para o quintal, “a mãe vinha relatando que Ailton não estava querendo tomar os medicamentos. Não falava com ninguém, não conversava com ninguém”, relatou Marcelo.

A psicóloga Deise Liberal disse que a esquizofrenia gera muitas
discordâncias, principalmente pela falta de conhecimento da população em
relação a doença.

É um transtorno mental crônico, ou seja, não tem cura, existe
tratamento e acompanhamento. É uma dissociação do pensamento, ou seja,
ele não distingue o que é real do imaginário
”, disse Deise.

Deise disse ainda que durante o surto a pessoa pode ter delírios
como: achar que esta sendo perseguido, ter delírios religiosos e achar
que é a encarnação de Jesus Cristo ou até que é Deus e delírios sexuais.
“Tem toda uma construção do pensamento que não tem lógica no mundo
real. tem uma percepção do mundo alterada”, disse a psicóloga, que
também atribuiu fatores genéticos, ambientais e pessoais para a formação
da doença .

Sobre o diagnostico da esquizofrenia infantil Deise disse que geralmente é difícil diagnosticar, “até
porque ela vem com vários fatores que podem ser do desenvolvimento,
então geralmente ela se estabelece mais no jovem, antes dos 23 anos de
idade se da o primeiro surto, mas na criança há alguns indícios, uma
ansiedade muita alta, isolamento, alguns pensamentos que fogem um pouco
da realidade, mas é muito difícil dar o diagnóstico
” explicou Deise.

O delegado Edson Augusto responsável pela prisão em flagrante de José
Ailton, relatou como foi o momento da prisão, como o acharam e sobre a
possível inimputabilidade do mesmo.

Quem vai decidir sobre a inimputabilidade ou não, será o exame
de sanidade mental que deverá ser pedido ou pelo ministério público ou
então determinado pelo magistrado, mas pra nós policiais o ato dele foi
grave e um caso horripilante, poucas vezes eu vi uma situação como
aquela, do filho matar a própria a mãe e depois atear fogo, mas o
autuamos em flagrante e o encaminhamos para a cadeia pública de São José
do Egito, esse é o nosso dever
” disse Edson.

Dr. Edson fez questão de destacar que mesmo havendo a comprovação da
insanidade mental de José Ailton, ele não deixará de ser penalizado.

“É importante frisar que caso o exame de sanidade mental, constate a
existência de algum distúrbio psíquico ao final do processo judicial
onde ele terá direito a defesa, haverá uma pena pelo homicídio e o
magistrado aplica uma medida de segurança, reconhecendo que não há
condições dele viver em sociedade, de qualquer forma ele será penalizado
e se for constado a insanidade mental ele deverá ser internado no
manicômio judicial”, informou Dr. Edson.

Dr. Edson disse que as medidas tomadas por José Ailton após o crime
são de uma pessoa normal, que possui conhecimento do que está fazendo.

“Ele teve uma sequencia de ações que são típicas de pessoas que
possuem sua plena capacidade, teve o cuidado de lavar as roupas para
tirar o sangue, teve o cuidado de ir para a caatinga onde ficou
homiziado próximo a uma cerca, essas coisas são o que nos desperta a
atenção, pra que ele teve sim o cuidado além de não ser pego, não ser
imputado a prática do delito, mas como eu disse antes somente no
judiciário depois de um laudo psiquiátrico e que vai atestar se ele tem
ou não sanidade mental.
Fonte: Rádio Pajeú AM.

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