Punição ao Boca pode custar uma vaga da América do Sul na Copa do Mundo.

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A Conmebol negou nesta segunda-feira que a América do Sul corra risco de perder a quinta vaga na próxima Copa do Mundo na Rússia, em função da leve punição imposta ao Boca Juniors pelos recentes incidentes na Copa Libertadores.
A entidade mantém a possibilidade de contar com cinco vagas no Mundial (quatro classificados nas eliminatórias, um numa repescagem) “pelos próprios méritos” e lutará para que nada mude, declararam fontes ligadas à Conmebol, em resposta às afirmações da imprensa espanhola.
Segundo o jornal espanhol AS, a Fifa “irá oficializar uma velha vontade: tirar da América do Sul a possibilidade de uma de suas seleções se classificar ao Mundial pela repescagem, o que até hoje permitiu que o continente tivesse cinco representantes no Copa do Mundo”.
O motivo seria que a entidade que rege o futebol mundial esperava “uma punição exemplar contra o Boca Juniors pela violência de seus torcedores contra jogadores do River Plate”, na duelo entre os dois arquirrivais argentinos, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, na última quinta-feira.
Néstor Benítez, porta-voz da Conmebol, consultado sobre o assunto pela AFP, afirmou que as vagas na Copa do Mundo não estavam na pauta do comitê executivo, que se prepara para viajar a Zurique, na Suíça, para participar de um congresso da Fifa. “Tal vez esteja na pauta em Zurique”, declarou o porta-voz.
A Conmebol eliminou o Boca Juniors da Libertadores depois que jogadores do River Plate sofreram lesões e queimaduras no rosto e no corpo, e irritações nos olhos ao serem atacados com um gás tóxico por torcedores quando atravessavam o túnel para voltar ao gramado para disputar o segundo tempo, o que gerou a suspensão da partida que estava empatada em 0-0.
Como consequência destes incidentes, a Conmebol também impôs ao clube uma punição de quatro partidas com portões fechados no estádio La Bombonera, além de uma multa de 200.000 dólares. A imprensa argentina interpretou como “leves” estas punições, dada a gravidade do ocorrido.
“Nas negociações entre a Fifa e a Conmebol, a entidade do futebol sul-americano optou por perder a quinta vaga no Mundial no lugar de perder o Boca em 2016 e nos anos seguintes nas competições continentais”, declarou o AS, uma afirmação que Benítez negou.
“Muita gente não entende que as confederações tomam as decisões de forma autônoma. Se não fosse assim, estaríamos discutindo em Zurique todos os assuntos que são de exclusivo domínio da Conmebol”, explicou.
O jornal espanhol garantiu que a postura da Conmebol foi motivada “pelo fato do contrato de televisão e com os patrocinadores renderem mais dinheiro à Conmebol com a participação do Boca Juniors nas competições americanas de clubes”.
Segundo o diário madrilenho, a Fifa oficializará a decisão em 29 de maio, durante um congresso, em Zurique, na Suíça, onde será eleito o presidente da entidade.
ParisFrança
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