Estamos desafiados a não perder a nossa fé, diz padre Terezinhense Gilvan Bezerra.
Ele é Pároco da Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios e comentou durante a homilia sobre o momento de desafios que enfrentamos.
O padre Gilvan Bezerra, pároco da Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios, comentou durante o encerramento de sua homilia na Missa da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, desta quarta-feira (12), sobre o momento em que vivemos. O momento foi lembrado durante o programa A Tarde é Sua da Rádio Pajeú desta quinta-feira (13), que comentou a arruaça promovida por bolsonaristas durante as comemorações de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário de Aparecida no interior de São Paulo.
“Nós estamos vivendo um momento desafiador no nosso país com as eleições que estão aí. Estamos desafiados a não perder a nossa fé. Somos desafiados a não desvirtuar a nossa religião”, destacou o padre.
Ele também afirmou que por conta dos desafios, os cristãos católicos não podem se deixar levar por falsas ideias, ou propostas. “Que muitas vezes vem através das redes sociais, da internet, ouvir pessoas falsas que são serpentes, que precisam ser pisadas por aquela que pisou na cabeça da serpente Nossa Senhora”.
Padre Gilvan lembra que os cristãos católicos são convidados a terem convicção na religião, porque “muitas vezes somos ignorantes religiosamente falando”.
E explicou:
“muitas vezes não temos um conhecimento prático do que significa a nossa religião e diante de bobagens, diante de mentiras, a gente muitas vezes acha que é assim mesmo e pronto. Alguém que diz: olha se Fulano ganhar as eleições vai fechar as igrejas… quem é que tem o poder de fechar a igreja se não o papa?”, questionou o pároco.
Ele lembrou que a igreja não é do governo, nem de nenhum político e também de nenhum cidadão brasileiro. “A igreja é de Jesus Cristo. E a igreja somos nós. Quem é que vai fechar a minha consciência, a minha mente de Cristão católico?” provocou.
Padre Gilvan também lembrou que somos regidos por uma constituição e questionou: quem vai me proibir de entrar na minha igreja?
Ele ainda lembrou do tempo da ditadura militar, quando Dom Francisco celebrava missa com policiais do lado de fora da igreja procurando escutar o que ele estava dizendo para o prender.
“Não vivemos mais em uma ditadura. De outra forma talvez, mas não como a que vivemos em 1964. Então, somos convidados a tomar consciência da nossa religião e de não nos deixar levar por falsas ideias e ainda somos convidados pela proteção dela, naturalmente, a Padroeira do Brasil, a não se deixa levar também por falsas ideologias ou propostas de serpentes que estão dispostas a nos dar o bote e depois somem ficamos aí…
Padre Gilvan explicou que o que ele quis dizer foi lembrar da grande responsabilidade que temos.
“E a responsabilidade não está em votar em candidato A por A, ou B por B, mas está em escolher o menos ruim, que eu não sei quem é, mas aquele que vai me representar, aquele que vai fazer com que o meu voto tenha valido a pena. E não sou eu que vou dizer a você, quem é este e não é outro que vai dizer a você também, mas é você. É você mesmo que vai tomar consciência da sua importância como cidadão brasileiro, como pessoa, como cristão, como católico e vai exercer a sua cidadania sem levar em consideração as fake news e as falsas promessas”, destacou.
O pároco lembrou ainda que precisamos ser coerentes com os nossos ideais e projetos. “Então que seja essa a nossa fé. Que Nossa Senhora possa estar sempre presente nas nossas decisões nos ajudando não só por nós, mas também levando em consideração, o outro. Nós vivemos também em relação ao outro. É isso que nos faz ser Igreja Comunidade Viva”, pontuou padre Gilvan Bezerra.